Em meio à enchente, gente doida
Tira foto, acha bonito, acha graça
Ri-se do infortúnio, da casa alagada
Oh Deus, dai-lhes uma mordaça!
Os meninos pobres, pestilentos
Jogam bola n'água imunda
Banham os pés na torrente de esgoto
Acham o caos um divertimento.
Jogam bola n'água imunda
Banham os pés na torrente de esgoto
Acham o caos um divertimento.
A gente ocupada, preocupada com a casa
Não quer que a água invada
O santo lar, terno aconchego;
Ora, a calamidade não é piada!
Não quer que a água invada
O santo lar, terno aconchego;
Ora, a calamidade não é piada!
Nos gramados e campos de futebol
Pássaros que embebem-se nas poças
Quais mais parecem vãos lagos
Cantam como quem à vida adoça.
Pássaros que embebem-se nas poças
Quais mais parecem vãos lagos
Cantam como quem à vida adoça.
E a culpa de tudo isso
Não precisa repetir, é só nossa.
A Mãe Natureza bem que tenta instaurar-se
Mas a anarquia se apossa!
Não precisa repetir, é só nossa.
A Mãe Natureza bem que tenta instaurar-se
Mas a anarquia se apossa!